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domingo, 21 de junho de 2009

DEPOIS DA TEMPESTADE


Depois da tempestade, vem a bonança!...
... O céu revolvendo a terra
deposita nela a semente da esperança
e constrói outro amanhecer!...
... Os homens enfrentam o medo
que apenas existe na sua imaginação
cobrindo o corpo desnudado
alcançando a sua dimensão!

Deolinda de Almeida
2004

NAVEGAR É PRECISO

Navegar, procurando na linha do horizonte
uma resposta, uma saída, uma luz
aquela luz!…
… Nada é concreto ou definido, quando a distância
é criada dentro de nós, quando o limite, nos limita!
Não importa a duracão dos momentos
mas a intensidade com que são vividos!…

Deolinda de Almeida
2004

NO DERRADEIRO LIMIAR DA VIDA

… No derradeiro limiar da Vida
tudo se extingue e renasce
para que do novo amanhecer
outro Sol, se ponha!…
… No derradeiro limiar da Vida
mil e uma são ceifadas
para que na memória do Homem
se tornem inesquecíveis!…
… Tudo passa e se repete
no relógio do tempo
que marca e conta!…

Deolinda de Almeida
2004

LUTA POR SER LIVRE

… Luta por ser livre
renascendo em cada dia que passa
porque o tempo não conta!…
… O fogo aquece o corpo e a alma
e só por isso, não abandones os teus sonhos!
Podes conhecer tantas coisas
podes evoluir calmamente, sem pressas!…
… Não saias derrotado
esforça-te por atingir a meta
não percas essa aposta!…

Deolinda de Almeida
2004

OCEANOS

… Em oceanos longíncuos, perdidos no tempo,
naquele tempo que passou,
Eles eram livres e felizes!…
… Esse tempo foi-lhes roubado numa Terra que agoniza,
em cada segundo que passa!…
… Ameaçados como tantos outros,
que já se extinguiram!…
… Vítimas do Homem, até quando?
O Homem pode ser a próxima vítima!!!

Deolinda de Almeida
2004

LÁGRIMA

Lágrima!…
… Gota de amor perdida, no choro inconsolável
de uma amante.
Lágrima!…
… Berço que embala vagarosamente
o soluçar de uma criança
gota d’água desprendida numa manhã de orvalho.
Lágrima!…
… Espaço infinito de mil estrelas
chama que arde e não se apaga
riso sufocado nas entranhas
de um corpo que sofre.
Lágrima!…
.. Rio que parte
na imensidão de um sonho!…

Deolinda de Almeida
1973

DOCE INFÂNCIA

Infância, oh, doce infância!…
…Porque fugiste e me deixaste só?…
… Já lá vão tantos anos e ainda te recordo com saudade!
Foste Tu, para Mim
uma longa praia sem rochas
uma rosa sem espinhos
um céu, sem nuvens.
Quantas vezes Eu pensava em Ti
enquanto me entretinha a brincar
com as bonecas e os brinquedos que adorava.
Eras Tu, a liberdade
a felicidade que encontrava dias e dias
sem nunca me cansar
e que agora procuro e não encontro
porque Tu, já não existes!
Oh, Infância, Infância!…
… Ainda lembro o dia em que os meus olhos
se encheram de lágrimas
ao dizer-te adeus
quando partiste!

Deolinda de Almeida
1973

ADEUS!...

Adeus!…
… Acenar de um lenço branco nas trevas da noite.
Voz que parte e não ecoa.
Barco que se afasta sem rumo.
Olhos que choram e não vêem
um adeus, sem nome!…

Deolinda de Almeida
1973

PASSO SEM DESTINO

Passo sem destino
sombra que caminha em silêncio
por ruas desconhecidas.
Grito que foge
por uma porta entreaberta!
Passo e passo
pecado do Homem
maldição do Mundo!

Deolinda de Almeida
1973

MULHER!...

Mulher!…
… Rosto imaginado por um escultor
corpo modelado pela vida.
Mulher!…
… Livro de mil páginas, nunca desfolhado
nome escolhido sem porquê.
Mulher!…
… Fruto que brotou
de uma semente!…

Deolinda de Almeida
1973

NOITE SEM LUA

Punhal que se crava
nas costas de uma vítima!
Arma criminosa que mata!
Gosto insaciável de ferir!
Sangue que brota
de um poço sem fundo!
Gemido de uma mulher assassinada!
Carne que apodrece
numa noite sem lua!…

Deolinda de Almeida
1973

NOITE DE LUAR

Luar, Lua, Noite.
Três coisas que existem.
Existem porquê?
Existem porque existem
porque o Mundo fê-las existir
porque o Mundo é Mundo
porque o Mundo é uma bola de mil cores
porque é no Mundo que existem
revoltas, guerras
e porquês, sem porquê!…
… É no Mundo que Eu vivo
é no Mar que Eu navego
é no Universo que Eu sou criada
é na Terra que Eu sonho!

Deolinda de Almeida
1973

PORQUE ESTOU AQUI?...

Em cada segundo que rasga o tempo
enigmática é a minha vida na Terra
e esta existência me confunde
e esta pergunta se fixa
numa resposta que não vem
porque ainda, não é chegada a hora!
Prisioneiro neste corpo
o meu espírito se encontra.
Este espírito de criança
de uma criança, que ainda não cresceu!…
… Não são meras divagações
mas sim, o que sinto dentro de mim
a realidade nua e crua
que me confunde e desvia
de alcançar, uma razão concreta
que me faça compreender
porque estou aqui?…

Deolinda de Almeida
2004

NAVEGO

Navego por sonhos agitados e sem cor.
Sonho poder-te possuir
mas afinal tudo em vão desliza
por um fio de água
que corre sem princípio.
Olho em volta e nada vejo!
A minha idéia é diferente
de um amor, que arde sem chama!…

Deolinda de Almeida
1973

SONHO!...

Sonho!…
…Pensamento sem caminho, sem sentido, sem fim
mas com imagem que Eu sonho e sorriu
dia, após dia.
Sonho sem côr
mas com vida que se movimenta.
Raio que ilumina a côr que não é côr
mas que existe.
Sorriso que Eu vejo esboçar-se
num rosto que adoro!
Lágrima que no sonho não desliza
mas que corre pelos meus olhos
que fechados, recordam
uma figura desenhada e levada pelo vento!…

Deolinda de Almeida
1973

FIEL

Meu cão fiel, meu cão amigo!
Cão que me segues
mesmo sem saberes aonde vais.
Cão que choras, quando choro
que ris, quando riu
que vais, para onde Eu vou.
Alegras-me, quando estou triste
e fazes-me esquecer a solidão.
Amigo que trarei sempre e para sempre
junto a mim!

Deolinda de Almeida
1973

AMOR

Amor!…
… O Amor, é cego e não vê!
O Amor, é um pássaro que voa
sem ter asas.
Sofre, chora e ri!…
… O Amor, é uma onda que se expande
pela branca areia da praia
e procura qualquer coisa
com toda a sua magia.
Amor!…
… Palavra de quatro letras
um sentimento divino
um dom que nos foi dado
por Deus!…
… A maior força do Universo!

Deolinda de Almeida
1973

TEUS PASSOS

Teus passos que caminham meigamente
e que sofres, sem sentir.
Penso que ao ver-te
nada sei!
Ao longe, vejo mil e uma coisas que julgo possuir
mas que afinal, nada tenho!
Teu rosto que sorri
e teus olhos que leem o meu pensamento.
Soubesse Eu
que ao vir ao Mundo
te encontraria ao acaso!
Soubesse Eu
que viveria eternamente só!
Não!…
… Sei que a Terra gira
sempre e sempre igual
e que Eu sofro
apenas, por Ti!…

Deolinda de Almeida
1973

OLHOS

Olhos que se perdem
na imensidão de um horizonte azul.
Pedra que rola
na brisa suave do vento.
Esses olhos que olharam
e se cruzaram por amor.
Ao acaso
um fio de agulha se perde
num mover de lábios!

Deolinda de Almeida
1973

CHAVE

Chave que abre a porta
de um coração fechado.
Lábios que se unem
e juram amar-se eternamente!
Vozes que falam.
Rosto amado
imagem que continua.

Deolinda de Almeida
1973

DOCE OLHADO

Se ao sentir um doce olhado
e caminhar em tua direcção
direi ao mundo que existo!
Ao ver-te
algo em mim desperta para a vida.
Ao desejar o teu afago, a tua doçura, o teu amor
nada dentro de mim existe
a não ser Tu!
Vida que volta
num simples olhar que se cruza.
Amor que sonha
amor que vive
amor que cobre o meu corpo
animado por uma simples carícia!

Deolinda de Almeida
1973

NOME

Nome, palavra que ecoa no vazio do meu quarto
e se perde, na escuridão dos meus sonhos!
Imagem reflectida no espelho da minha imaginação.
Lenda, mito, ou talvez nada
em que Eu possa ter esperança.
Luzinha que brilhou
e que agora está prestes a apagar-se
e a deixar de ter vida.
Não!… Eu não vou consentir tal!…
… Porque tal não pode ser
porque tal não é um sonho
porque tal não é verdade
é uma realidade!
Eu vou dizer ao Mundo que páre, que recue
que o tempo volte atrás
para que Eu volte a estar contigo
para te acompanhar
para fixar esses teus olhos.
Não!…
… Porque digo Eu isto?…
… Oh, meu Deus!…
… Se Eu pudesse fazer-te recordar
tudo quanto Eu lembro e Tu, esqueceste!
Tu próprio és agora um sonho que já existiu
e que agora é sòmente uma nuvem
prestes a dissipar-se.
É este o Crime do Mundo
Amar e não ser Amado!!!

Deolinda de Almeida
1973

s.o.s TERRA


Olhei e vi, diante dos meus olhos,
aquele cometa rasgando o céu, naquele
azul celeste pintado no infinito!…
… Olhei e vi, diante dos meus olhos,
toda uma Terra morrendo, e desejei,
que o Homem por fim compreenda,
que está morrendo também!…

Deolinda de Almeida
2004
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